domingo, 19 de setembro de 2010

Eu...por ai...


Lembrar com amor é oferecer, no coração, um sorriso que se expande. É um jeito instantâneo e poderoso de prece. É um modo de abraço, não importa o aparente tamanho da distância. Lembrar com amor é levar a vida, no exato instante da lembrança, ao lugar onde a outra vida está e plantar uma nova muda de ternura por lá.

Saber é importante, mas não é tudo. Preciso, cada vez mais, descobrir sobre o sentir, entender o que dizem as sensações. Não haverá verdadeira revolução, nenhuma libertação sustentável ou felicidade plena que possa ser atingida, única e exclusivamente, por construções racionais que desconsiderem a grandeza de significado que é sentir.
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Essa saudade, que faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.
Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe.E ele conta. Com a calma e a clareza que tem.

Um milhão vezes zero é zero. Ou seja: não coloque sua intensidade onde não tem nada.

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