domingo, 12 de setembro de 2010

E por falar de amor..


Hoje quero falar de amor... Amei tanto,que tive a pretensão de achar, que conhecia todas as suas manifestações...
Fui deliciosamente surpreendida com uma forma de "amor", que já tinha ouvido falar, se parece com o incondicional sabe?; aquele que só os seres superiores possuem.Vemos esse amor, escritos em poemas , em PPS, e-mails, mas em mim, nunca pensei que o fosse conhecer,experimentar ou descobrir.
Na verdade, descobri que esse amor é autônomo, tem vontade própria, cresce silenciosamente,não atrapalha outros amores; ainda que que seja fruto dessa matriz,desse amor primeiro.
Parece confuso, mas acho que é mesmo..
Estamos acostumados a amar com condicionalidade, precisamos do sensorial, do paupável, da presença, da tão famosa mão dupla..
Do amor que falo, passa também por essa fase, precisou de alimento, de poesia, de saudades, de manutenção; mas foi por um breve tempo.
Ele cresceu e se manteve com tanta auto suficiência, que nem sabia que existia,se misturou em mim e fui sendo um amor que poucos entendiam.
A vida em sua soberania; porque temos a ilusão que somos donos de nossas vidas,mas não, ela tem curso própio, ela vai pra onde quer, determina, faz escolhas e ainda quebra o nosso galho, nos fazendo pensar que somos nós, que mandamos nela, ..rsrs. Quanta ingenuidade...
Fui aremessada ao passado, de forma doce, feliz, leve e agradavel.
Encontrei uma caixinha, que nem sabia que existia, com curiosidade abri....
E lá encontrei um monte de lembranças, culpas, erros, acertos e um grande amor,talvez por sua qualidade tenha sido o único...Sei lá, vejo hoje, que pouco sei sobre o assunto.
Vi que esse amor estava diferente...O vi limpo, grande, sorrindo pra mim, sem precisar de absolutamente nada para ter sobrevivido 20 e poucos anos, sem dar pista,quietinho, como se soubesse que um dia poderia aparecer e se mostrar lindo, adulto, maduro e livre.Quase vingativo, por ter se preservado, crescido sem a menor condição pra isso,parecido com criança abandonada e que deu certo, não se perdeu.
Ele disse...estava aqui guardadinho por ordem da VIDA, nunca te atrapalhei, te emprestei alguns irmãos para que voce vivenciace um pouco do que sou, pois posso me manifestar das mais variadas maneiras, me confundem com carência, tesão, dependencia, mas minha verdade ficou aqui guardada sem precisar ao menos saber se um dia voce me descobriria..Nunca precisei de suas demandas emocionais para sobreviver, o que voces viveram em meu nome, e comigo me bastou para resistir ao tempo, dores, frustrações, decepções, felicidades.Tenho autonomia.
Quando entrei em seus corações, tinha vaga, espaço, o que veio depois, foi concedido por mim, me livrei dos excessos, e fiquei no que me foi essencial,emprestei um pouco do que sou para tornar possível compromissos assumidos.Vi cada dor, e frustração vivida, media cada vazio, mas não era a hora .Não precisei me precipitar, nunca tive urgências, pois sobrevivi da certeza de que um dia poderia aparecer e me mostrar à vocês.
Que felicidade, é uma espécie de Nirvana..só traz alegria, paz, doçura, serenidade.
Não sonha, não espera, não deseja, não precisa, não pede, aceita, observa, ri de si e deixa ir, não retém...apenas eleva a alma.
À vida, me resta agradecer e pedir perdão pelas vezes que não a compreendi, não entendia que amar e ser amada, não é ter, não é só se, é sobretudo apesar de.
Estou feliz pelo que encontrei na caixinha que minha alma guardou..hoje sou mais plena, mais completa, mais inteira depois de encontra-la.
Nada em mim mudou, apenas uma alegria de saber que a vida é feita de Encontros, Desencontros e Reencontros.
Esses reencontros para serem felizes, não devem precisar de nada além da alegria mutúa de almas que estavam predestinadas a si.
Senão foi como desejaram um dia, será como poderá ser, ou como a vida ordenar que será.
Me sinto sentada vendo um filme, onde sem querer sorrisos brotam sem querer.
Atesto que tudo que ouvi sobre a vida é mentira..rs
Ela diz sim ou não, pragmática e soberana, os resultados serão de acordo com nossa resistência, ou ego.
Nada somos, ou escolhemos para nós, não passamos de hóspedes temporários da vida e do amor.
Ao amor, a vida e a você, muito obrigada.

Márcia Carvalho

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