quarta-feira, 25 de outubro de 2017

" Se colhemos o que plantamos, quem trocou minhas sementes?"

Márcia Carvalho

Desamor

E para falar de desamor é preciso falar do que o antecede..o amor pelo avesso, ao contrário, com todo significado que isso pode ter.
Desamar, não amar, deixar de..se traduz em dor, rejeição, sentimento amargo de inadequação.
Não amamos quem gostaríamos de amar, não se ama porque o outro é sensível, educado, inteligente, disponível, humano , generoso...
Amamos o que  nos tornamos quando esse sentimento nos visita, muitas vezes e arrisco a dizer que, quase sempre nutrimos amor por alguém que não escolheríamos para amar, o que torna o sentimento, verdadeiro e forte justamente por isso, existe sem a condição adequada para existir... Mas é o que nos tornamos,ou o que buscamos através desse sentimento que nos faz continuar e muitas vezes sofrer..
Como gostaria de poder corresponder a amores sinceros,generosos, acolhedores..Afinal não é o que busco?
Mas não é assim que funciona..Não dá para abrir mão do tremor das mãos, do suor frio, da boca seca, do frio no estomago, por algo que nos parece seguro mas morno, previsível, sem encantamento.
Enfim, lamento tanto não amar você..lamento tanto te fazer sofrer, sofrimento que talvez experimente daqui a pouco por um possível desencontro, pois a honestidade do sentir e também do não sentir, me faz refém de minhas verdades..
Aos 50 e poucos me atrevo a ser feliz, sozinha, plena, inteira, fazendo escolhas, vivendo o que acredito até a crença mudar de lugar.
O amor é assim, uma força da natureza, nada e nem ninguém pode molda-lo no seu querer.
Sigo torcendo de verdade que você encontre o que te faça sentir vivo, feliz, sorrir sozinho, perder o sono com lembranças; cheias de significados não revelados..
Sigamos adiante, o amor nos espera...

Márcia Carvalho