quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Ele e Ela

Ele não sabia amar...Não conseguia ampliar sua tenda para o saber-se amado e assim dançar nessa permissão de devolver amor..
Se limitava através do "sou assim", "não vou mudar",e lá se ia a oportunidade da plenitude, do exercício maravilhoso de ir se experimentando,mais leve,mais solto e feliz..
Havia nele um pacto com uma vida livre,porém sombria, escura,pesada porque; não havia entrega.não se conhecia o suficiente para saber se cabia no "sujeito" do amor dela..
E ela,só sabia amar..não sabia jogar,se prevenir,ter cuidado..acreditava que as virtudes do amor iria protege-la..Amava como criança;que confia,fecha os olhos e se joga..Ele assustado com essa cachoeira de sentimentos bons, temia afogar-se nesse mar desconhecido..
Ele a feria diariamente,quando se furtava a decorar esse amor,materializa-lo diariamente,sim; porque é assim que, se alimenta uma relação;com atitudes positivas,que jogue o outro para sorrisos e conforto na alma...
O saber-se atendido, olhado, concedido é a tradução do saber-se amado..mas ele não sabia...
E esse amor foi se entristecendo pois estava a serviço do ego dele,mesmo a ferindo ele não fazia, ele não abria as janelas da nova casa e nem batia portas de casas antigas...
O que ele não sabia era,o tamanho da sensibilidade dela que era traduzida por silêncios,cabeça baixa,e ausência de si mesma...
E assim ficou estabelecido o fatídico jogo,ela acendia a fogueira e ele apagava diariamente...
Ela apenas torcia para que,ele não molhasse demais o carvão e eliminasse assim a possibilidade de acender o fogo outra vez...

Márcia Carvalho



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